Ação gratuita acontece nos dias 26 e 27 de maio, na Escola Municipal do Pontal, próxima à beira do Rio Itapemirim e da Costa Sul Capixaba, com seminário, palestras sobre o ECA, rodas de conversa sobre cultura afro-indígena, oficinas de gastronomia infantil, brinquedos recicláveis, sessões de cinema, contação de histórias e brincadeiras tradicionais brasileiras. A proposta fortalece os direitos das crianças e celebra a ancestralidade afro-indígena.
Nos dias 26 e 27 de maio de 2025, a Casa Roxa Cultural realiza mais uma potente ação em território capixaba: o ESPERANÇAR – Acampamento para Infâncias Afro-Indígenas, um projeto gratuito, formativo e artístico que vai ocupar a comunidade ribeirinha do Pontal, em Marataízes/ES, com uma programação intensa voltada à infância, aos direitos humanos e às culturas tradicionais.
A proposta envolve crianças com idade entre 6 e 12 anos em vivências de arte, educação e cidadania, promovendo uma rica interação entre saberes populares, memória coletiva e protagonismo infantil. A maior parte das atividades ocorrerá na Escola Municipal do Pontal, parceira institucional do projeto, com ações também espalhadas por espaços comunitários e simbólicos do território, próximos à foz do Rio Itapemirim e à Costa Sul capixaba.

Território, ancestralidade e protagonismo infantil
O projeto propõe uma abordagem sensível e interseccional, reconhecendo as infâncias afro-indígenas como potências vivas que merecem ser vistas, ouvidas e respeitadas em seus direitos, culturas e subjetividades. “Estamos falando de crianças que crescem entre o rio e o mar, com heranças negras, indígenas e saberes da cultura popular. Nosso compromisso é com a infância viva, com o direito à alegria, ao conhecimento e ao pertencimento”, afirma Thamilles Rodrigues, proponente do projeto e artista potyguara, que também atua como produtora e oficineira no acampamento.
O seminário de abertura será conduzido pelo mestre em cognição e linguagem Iago Pereira dos Santos e por Thamilles, com palestra e roda de conversa sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a valorização das culturas afro-indígenas. Durante a atividade, inicia-se também a construção da Nota Coletiva pela Infância, que será finalizada e lida ao fim do projeto, com participação das crianças, familiares e comunidade.
Oficinas, arte e brincadeira como direito
A programação do Esperançar segue com uma série de ações simbólicas e afetivas:
Feira literária infantil “A, B, C Imaginário” – com contação de histórias afro-indígenas conduzida por Guilherme Nascimento, educador popular, escritor e coreógrafo;
Oficina de gastronomia “Gotas e Pitadas” – coordenada por Juciane de Souza, chef de cozinha afetiva, com receitas educativas e naturais;
Atividade artística “Meu Universo de Rabiscos” – mediada por Sara Simões, com produção de desenhos sobre território, natureza e identidade cultural;
Sessão de cinema com o curta “Yzis em Pindorama” – dirigida e mediada por Lucas Alves, filmmaker e diretor audiovisual do projeto, com roda de conversa coletiva;
Oficina “Meu Brinquedo, Eu Que Faço” – com mediação de Thamilles Rodrigues, utilizando materiais recicláveis para a construção de brinquedos sustentáveis;
Festival “Aprender Brincando” – conduzido por Yuri Simões e Rodolpho Wayne, com brincadeiras populares brasileiras e jogos de grupo;
Intervenção artística “Meu Mundo da Imaginação” – performance cênica com as crianças, inspirada no artigo “Dança Educativa como Leitura de Mundo”, do próprio Guilherme Nascimento;
Exposição final “Meu Universo de Rabiscos” – que ficará aberta na escola, junto à mostra dos brinquedos recicláveis produzidos;
Leitura pública da Nota Coletiva – como gesto final de pactuação e escuta comunitária, com registro audiovisual e publicação nas redes sociais da Casa Roxa.
Uma travessia de cuidado coletivo
O projeto é realizado com apoio direto da Escola Municipal do Pontal, sob supervisão da pedagoga Rosemarcia Sales Porto, que acolheu a proposta com entusiasmo:
“É uma alegria imensa receber um projeto com essa profundidade aqui no nosso território. As crianças da comunidade precisam se ver, se ouvir e se reconhecer na cultura e na educação como direito.”
A ação também conta com respaldo do diretor escolar Bruno Gomes Rodrigues Neves, da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria Municipal de Assistência Social, reafirmando a importância de políticas públicas integradas à arte e à cidadania.
“Esse tipo de projeto dá sentido ao que chamamos de política cultural. Não é só sobre eventos: é sobre transformação, território e compromisso com o futuro”, afirma Guilherme Nascimento, gestor e fundador da Casa Roxa, referência em produção cultural no interior do Espírito Santo.
Serviço
O quê: ESPERANÇAR – Acampamento para Infâncias Afro-Indígenas
Quando: 26 e 27 de maio de 2025
Onde: Comunidade Ribeirinha do Pontal (Escola Municipal do Pontal) – Marataízes/ES
Horário: A partir das 8h
Contato:
Instagram: @casaroxacultural
WhatsApp: (28) 99942-0330
E-mail: [email protected]
Informações presenciais: Escola Municipal do Pontal – com a pedagoga Rosemarcia
Realização
Produção da Casa Roxa Cultural, por meio da proponente Thamilles Rodrigues, com recursos do Edital nº 04/2023 – Valorização da Diversidade Cultural Capixaba, por meio do FUNCULTURA/SECULT-ES.
O projeto também integra o calendário cultural da Casa Roxa, como ação continuada contemplada pelo Edital de Programação Cultural da Lei Paulo Gustavo para Espaços Culturais – Ministério da Cultura.