Vivendo, pagamos as consequências deste viver. No combo caminheiro, a alegria, o choro e a fé andam juntos na mesma estrada. Andando pelas calçadas de Cachoeiro de Itapemirim, minhas lembranças são embrulhadas e amarradas com barbantes, como os pães matutinos que iniciam e findam seu dia nas padarias cachoeirenses de antigamente. Silencioso, sinto o cheiro familiar.
Esta semana, órfãos e machucadas, as calçadas de Cachoeiro choraram. Não mais serão consoladas pelos pés peregrinos da “Santa da Nossa Casa”.
Por décadas, a Irmã Otília fielmente cumpriu seu trajeto em direção à Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim. Presença humana e acolhedora. Com o olhar e o sorriso pacíficos, acariciava os enfermos sendo unguento e alívio para as suas muitas feridas. Sem olhar para si, diariamente fazia o seu trajeto santo para visitar seus prediletos enfermos.
Em cima da Ponte principal, assistido pelas águas do Velho Amigo Rio Itapemirim, beijo sua mão e peço sua benção. Com doçura no olhar, escuto sua voz carinhosa: – Deus te abençoe meu filho. Obrigado por tanto, Irmã Otília!
