Ganhar é o querer. Perder é o temer. Perder, derramar o pranto e acabar o encanto. O chão fugir, o céu escurecer e as estrelas apagarem.
E agora, aonde ir? Paciente, de mansinho, o Senhor Tempo se aproxima, olha ao redor, sorri com sabedoria e oferece uma nova estrada caminheira. Adolescentes e impacientes, somos filhos desobedientes do Senhor Tempo.
Insensíveis, não o observamos e não o respeitamos. Com precisão e exatidão, a longe do nosso alcance. Com a costumeira maturidade, repara o nosso tempo desperdiçado e desesperado. Assim, vivemos. Sem conforto e desinstalados.
Hoje, Álvaro Braga Abreu me enviou uma crônica, relatando três perdas neste mês de maio: O Papa Francisco, com sua exemplar humildade e humanidade; O presidente do Uruguai Pepe Mujica, com seu modo questionador de viver, colocando na parede a injusta e consumista sociedade; E, por fim, o seu estimado amigo de Cachoeiro, Renato Magalhães.
Querido Álvaro, perder dói! Perdemos Bolívar de Abreu, seu pai, grande médico sanitarista. Perdemos seus tios Newton e Rubem Braga. Perdemos Raul Sampaio. Perdemos o maestro Raul Gonçalves Sampaio. Perdemos Sérgio Sampaio e as queridas Marias, Gasolina e Fumaça. Perdemos o Moringueiro. Perdemos Agulha. E por aí vamos.
Mas ganhamos lembranças, sorrisos, histórias e, principalmente, gratidão! Hoje cedo na Catedral São Pedro disse “que é preciso perder para ganhar”. Fica tranquilo, Álvaro!
