Longe da inexperiente juventude, selei o Cavalo Castanho, segurei às rédeas com a mão esquerda, posicionei o corpo de lado, botei o pé esquerdo no estribo, agarrei nas crinas longas e montei carregado de sentimentos.
Em ótima companhia, na marcha batida, campeamos silenciosos garimpando nossos tesouros. No familiar Rio Muqui, parei e dei água ao corajoso companheiro. Cansados, sob à sombra de uma árvore acolhedora, repousamos e sonhamos liberdade. Sem fardos, arreios, freios e esporas. Pastagens verdes despoluídas encheram nossos olhos arinhos e sonhadores.
Despertados e gratos, retomamos a cavalgada na marcha batida. Reflexivos e distantes, desejamos nos reencontrar. Depois de léguas cavalgadas, paramos acolhidos por sombras frescas dos ingazeiros. Apeamos nossos cansaços e nos banhamos nas águas das cirandas lavadeiras do Rio Muqui.
Deitados e distantes de todo afastamento, repousamos nossa amizade silenciada pelo tempo. A sós, nos olhamos e nos reencontramos.
