O cronista é uma espécie esquisita de escritor. Não a pelas suas mãos assuntos longos ou de encomenda e também não tem um campo bem arado onde colhe suas escritas ou assuntos ao seu bel prazer.
Confesso que me identifico mais é com essa forma de ser um sem terra da escrita, invadindo terrenos improdutivos, abandonados pelos outros escritores e quase sempre em conflitos com suas próprias ideias e convicções….bah, como diria minha filha capiucha, tu reclamas de barriga cheia. E eu pocando de rir.
Ontem vi nas redes (terra ingrata, mas farta) um tal de curso pra formação de homens. Achei esquisito, resolvi investigar e pasmem; o tal curso existe mesmo e se entregarem o que prometem a coisa vai melhorar ou esculachar de vez.
Só achei exagero levar um monte de marmanjos para uma montanha, fazer tipo um retiro espiritual e educar os camaradas para coisas que deveriam ser ensinadas na infância pelas famílias ou escolas.
Esse curso onde o cabra tem que gastar uma grana preta com coaches ou igrejas é como se fosse fazer uma prova de recuperação no primeiro grau pra relembrar noções de respeito, conceitos ou preconceitos, autonomia, espiritualidade e até masculinidade.
E já que mexeram nisso, senti falta dos ensinos sobre feminilidade ou outros tipos de gênero que poderiam tirar muitos triplex da cabeça dos homens, mas seria pedir demais de um supletivo desses.
Terreno ingrato esse que fui mexer. Só um sem terra da escrita se arriscaria a mexer numa plantação polêmica dessas.
