Essa semana, as redes sociais quase não deram conta de falar da separação de um cantor famoso e uma influencer mega conhecida. Eu também quase não dou conta desse termo “influencer” (coisa de velho).
Voltando ao assunto, nem sei porquê é tão famoso assim o casal, mas soube que, juntos, eles têm cerca de oitenta milhões de seguidores. Nem o bêbado aqui do bairro é tão conhecido e famoso assim. Fico matutando o trabalho que vai dar pra separar os panos de nádegas dos dois.
Na contramão de tudo isso, vejo notícias de milhares de crianças sendo mortas em uma carnificina sem previsão de terminar lá no Oriente Médio.
Confesso que meu algoritmo mental bugou, pois esse mundo de telhado de vidro tem me incomodado muito. Fala-se a todo momento em amor, ou seriam falácias tudo isso?
Só posso pensar, parafraseando mal o Drummond, “E agora José”?
Em qual prateleira mental está o senso crítico de um povo, em sua maioria pobre, que não consegue mais ligar o sensibilímetro e deixar o Zé e a Virgínia de lado e clamar em suas redes sociais, em suas Igrejas, seus espaços de fala, por um mínimo de justiça para o holocausto dessas crianças…
“Se você gritasse
se você gemesse
se você tocasse
a valsa Vienense
se você dormisse
se você cansasse
se você morresse
Mas você não morre
você é duro José”
