Infância é um período determinante para a formação do caráter da pessoa, dizem os estudos de entendidos no assunto. Eu, como qualquer criança, lembro com prazer de cada um dos momentos vividos na infância.
Em minha escola, a escola Rotary do Zumbi, levávamos bolas de gude (bolebas) para jogar no recreio. Jogávamos á vera, onde, se perdêssemos não poderíamos reclamar. Mas tinha o Laurinho, que quando se aproximava o horário de voltar pra sala de aula, gritava, “catação mineral” que funcionava como uma senha e avançava nas bolinhas de gude e catava todas para ele. Ninguém discutia, pois ele era um palmo mais alto que todos nós e morríamos de medo dele.
Lembrei disso agora, pois há poucos dias vi as crianças brincando de amarelinha na pracinha e quem já brincou, sabe que tem as regras, as quais todas seguem. Mas lembrei de novo do Laurinho quando uma das crianças, um moleque parrudo, de topete amarelo, achou ruim por estar perdendo ou ficando pra trás em relação às outras crianças e saiu sapateando e apagando as linhas traçadas no chão da Pracinha se declarando vencedor do jogo.
Coisas de crianças, mas também não sei por quê, lembrei do cara de topete amarelo lá da América do Norte, um tal de Donald, que resolveu apagar as linhas combinadas com os amigos, principalmente um chinezinho educado, muito simpático e se declarou vencedor do jogo da amarelinha global, ando por cima de tudo que foi combinado antes do jogo.
Que saudades do Laurinho, pois ele sim, ia dar um sacode naquele topetudo e botar ele no devido lugar com uns bons cascudos e safanões gritando: “Catação mineral galera”
