Com a taxa Selic em 14,75%, os juros do financiamento imobiliário subiram, mas o mercado segue aquecido — especialmente no segmento de alto padrão
Apesar da Selic no nível mais alto em 19 anos, o mercado imobiliário mantém-se dinâmico. Compradores de alto padrão seguem firmes optando pelo financiamento, não só pela confiança na valorização dos imóveis, mas também porque compreendem que financiar ainda faz sentido financeiramente.

As taxas hoje variam entre 10% e 12% ao ano, enquanto os investimentos de renda fixa, impulsionados pela própria Selic, rendem acima disso. Com isso, muitos preferem manter seus recursos aplicados e utilizar o crédito imobiliário, garantindo rentabilidade superior ao custo do financiamento e ainda se beneficiando da valorização patrimonial — que vem tendo ótima performance nos últimos anos na Grande Vitória.
Já a classe média foi mais impactada pela alta dos juros. Segundo Ricardo Gava , executivo da Gava Crédito Imobiliário e diretor do Secovi-ES, o encarecimento das parcelas prejudica o poder de compra, tornando o financiamento mais desafiador para muitas famílias. Por outro lado, uma recente reformulação do programa Minha Casa Minha Vida trouxe problemas com a criação do Faix a 4, que atende famílias com renda bruta mensal de até R$ 12 mil, com imóveis de até R$ 500 mil. “ Com taxas de juros de 10% ao ano, a nova faixa ajuda a viabilizar financiamentos mais íveis para esse público e ajudando a suprir uma demanda reprimida ”, destaca Gava.
Para quem opta pelo financiamento, ainda existe uma vantagem estratégica: a possibilidade de portabilidade. Assim que o cenário econômico melhorar e as taxas de juros caírem, é possível transferir o contrato para outro banco com condições mais atrativas. Esse mecanismo permite trocar a taxa pactuada por uma mais baixa, gerando economia significativa ao longo do tempo — um verdadeiro trunfo para quem busca reduzir o custo do crédito sem abrir mão da segurança de comprar agora.
Outra alternativa que tem ganhado destaque é o consórcio imobiliário. Sem juros e com taxa de istração diluída ao longo do prazo, o consórcio tem atraído principalmente quem pode esperar para adquirir o imóvel. Em fevereiro de 2025, o sistema bateu recorde histórico, com 11,4 milhões de participantes — um crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da ABAC. É uma opção que exige disciplina e planejamento, mas oferece previsibilidade, controle e ausência de endividamento imediato.
“Diante de tantas possibilidades, contar com uma assessoria especializada faz toda a diferença. Entender os prós e contras de cada produto — seja financiamento, consórcio ou programa habitacional — é essencial para tomar a melhor decisão, alinhada ao perfil e ao momento de cada cliente”, analisa Ricardo Gava, executivo da Gava Crédito Imobiliário e diretor da Secovi-ES.